Museu Antropol_gico inaugura a exposi__o Lavras e Louvores

Evento

/e/9629-museu-antropol_gico-inaugura-a-exposi__o-lavras-e-louvores

: Museu Antropol_gico da UFG (Pra_a Universit_ria)

: 10 de Dezembro 2006 às 22:00 a 01 de Novembro 2013 às 12:40

O Museu Antropol_gico da Universidade Federal de Goi_s inaugura na pr_xima segunda-feira, dia 11, a exposi__o de longa dura__o Lavras e Louvores. O evento ocorre _s 20 horas, e faz parte da programa__o de comemora__o aos 46 anos da UFG; marca, ainda, a reabertura do Museu _ visita__o p_blica, ap_s per_odo de reformas e adapta__es nos espa_os f_sicos.
O Museu Antropológico da Universidade Federal de Goiás inaugura na próxima segunda-feira, dia 11, a exposição de longa duração Lavras e Louvores. O evento ocorre às 20 horas, e faz parte da programação de comemoração aos 46 anos da UFG; marca, ainda, a reabertura do Museu à visitação pública, após período de reformas e adaptações nos espaços físicos e nas instalações do prédio.
A nova exposição do Museu Antropológico é fruto de reflexões iniciadas ainda em 1997, quando se discutia a revitalização da então exposição de longa duração “Museu: Expressão de Vida”. Na ocasião, decidiu-se pela elaboração de um novo projeto museológico/museográfico, o qual foi aprovado em 2003 na 9ª edição do Concurso Nacional do Programa de Apoio a Museus da Fundação Vitae, que subsidiou financeiramente grande parte da execução do projeto.
Lavras e Louvores mostra dois aspectos interligados e alternados da vida coletiva: o trabalho e a festa, a lavra e o louvor. Está dividida em dois módulos (“paisagem telúrica” e “topografias sobrenaturais”) e tem como orientação conceitual a construção simbólica da região Centro-Oeste: o conjunto de imagens, sentimentos, símbolos e objetos significativos da construção da identidade regional.
A exposição inaugura um outro modo de dizer a região; os instrumentos de trabalho, os objetos rituais religiosos e as imagens telúricas e de pessoas foram escolhidos para dizer que toda região é uma construção cultural ou simbólica à espera de interpretação e não uma realidade externa independente de nós. Construindo a narrativa proposta em Lavras e Louvores, o novo design das salas de exposição, o mobiliário, os suportes, as cores, as texturas e a iluminação se articulam com as imagens, os textos, as instalações, as ilustrações e uma diversidade de peças, selecionadas das coleções que compõem os acervos etnográfico (indígena e popular) e arqueológico sob salvaguarda do Museu Antropológico.
Situado na Praça Universitária, o Museu Antropológico é aberto ao público de terça a sexta-feira, no horário das 9h às 17h, com entrada franca.  
 
Maiores informações:
Coordenação de Intercâmbio Cultural
Museu Antropológico, Universidade Federal de Goiás
Praça Universitária, 1166, Setor Universitário
Goiânia – GO. 74001-970   Fone: (62) 3209-6010 (r.24 ou 47)
Site: www.museu.ufg.br
Endereço eletrônico: museu@museu.ufg.br
 
Texto do folder da exposição Lavras e Louvores
A representação cristalizada da região Centro-Oeste – textualizada nos livros escolares e na historiografia oficial – narra a região através de seqüências temporais estratigráficas: primeiramente a região, definida como sertão, é pensada com lugar inóspito, espaço de bichos e índios igualmente perigosos. Este é o tempo mitológico de pura natureza. Depois, a lenta moção da civilização com as entradas e bandeiras, a descoberta do ouro, os pequenos aglomerados de população, as lavouras de subsistência e a criação de gado. Este é o tempo do isolamento. Em seguida, com o fim da mineração, a longa estagnação ou decadência cuja reversão exigiu novas entradas e bandeiras: a Marcha para o Oeste, as linhas da estrada de ferro, a integração da região à nação, a realização do capitalismo, enfim, a tão desejada modernização que conquista e recobre o sertão. Este é o mito do desenvolvimento e da modernidade.
A exposição Lavras e Louvores se propõe a contar a região de um outro modo. Esse é um contar que recusa a seqüência temporal – da natureza à civilização – em favor de uma representação da região feita de imagens e textualidades simultâneas e conflitivas. Aqui, os fios desse modo de narrar são os trabalhos e as religiosidades, não porque eles exprimem a verdade da região mas porque, dado que as representações regionais são também inventadas, eles são bons para pensar deslocamentos, trânsitos e zonas de contato.
Com essa exposição o Museu Antropológico da Universidade Federal de Goiás quer, usando a ação cultural como um instrumento reflexivo e político, contestar as continuidades e congruências das narrativas modelares sobre a região por meio de um texto em processo, provisório e sem solução. Este texto não termina afirmando o triunfo da modernidade sobre um sertão mudo. Ele começa com a escuta do sertão.