Festival Perro Loco
O Perro Loco – Festival de Cinema Universitário Latino-Americano – vai trazer a Goiânia toda a diversidade do cinema produzido na América Latina com extensa programação. Nessa quinta edição, que vai ocorrer no Centro Cultural UFG, na Praça Universitária, entre os dias 24 e 28 de março, o festival vai exibir 70 filmes contando com produções universitárias, filmes de cineastas consagrados e obras da cinemateca da Universidade do Chile.
Na mostra competitiva serão exibidas produções inscritas por universitários que concorrerão a sete premiações escolhidas de acordo com critérios do Júri Oficial. Nesse ano, o festival preferiu não separar as premiações por categorias, deixando livre para os jurados justificarem a preferência pelos vencedores. Concorrerão na mostra 50 filmes selecionados pela curadoria do festival, vindos de sete países da América Latina: Brasil, Argentina, México, Colômbia, Chile, Uruguai e Venezuela.
A curadora da mostra competitiva, Jusceni Rezende, acredita que a universidade é um campo aberto, seja para a reprodução de modelos consagrados ou para experimentação, por isso, os filmes apresentam diversidade estética e temática. Ela está satisfeita em ver que os estudantes utilizam a universidade como espaço para desenvolver sua autoria. “Tudo mudou em quatro anos, antes a gente olhava para um filme e sabia de qual escola ele era, agora é difícil. Os documentários se afastaram de vez do jornalismo e começaram a formar outros padrões, mais próximos do que vemos em grandes festivais”, diz Jusceni.
Confira mais informações no site do Perro Loco 5.
Paralela
A mostra paralela é composta por produções que não concorrem a premiação, são escolhidos pela sua relação temática, relevância ao cinema latino ou para homenagear alguma personalidade da área. Essa mostra exibe 14 produções, das quais nove são brasileiras e quatro estrangeiras. A mostra traz ainda filmes goianos como a animação premiada no festival Anima Mundi, Faroeste: um autêntico western, do diretor Wesley Rodrigos, o filme Mauro Borges – Fragmento de uma história, de Wilmar Ferraz, e os filmes Cachorro Louco – um homem entre o amor e o ódio e Egotismo ou sentimento exagerado da própria personalidade, de Martins Muniz e o Sistema Cooperação Amigos do Cinema.
Os destaques ficam por conta do filme Batguano, do diretor paraibano Tavinho Teixeira, que traz Batman e Robim vivendo como um casal gay num futuro apocalíptico. Tem também o curta-metragem pernambucano, Sem Coração, da diretora Nara e Tião, premiado no festival de Cannes. Outra importante obra é o documentário da República Dominicana, Tú y Yo, dos diretores Oriol Estrada e Natalia Cabral, que foi selecionado para o Festival Internacional Visions du Rée, na Suíça. O filme dominicano promove uma reflexão sobre as diferenças sociais e raciais através da relação entre uma empregada doméstica e sua empregadora.
Novidade
O festival vai inovar esse ano fazendo uma homenagem a Universidade do Chile pela sua contribuição à produção, pesquisa e conservação de obras cinematográficas. Para isso, a Diretora de Extensão da entidade e doutora em Comunicação Audiovisual, Paola Labbe, virá ao evento dar uma palestra sobre a produção cinematográfica chilena.
Na homenagem serão exibidos filmes produzidos dentro da Universidade do Chile, com destaque para o Descomedidos y Chacones, do diretor da Faculdade de Cinema, Carlos Flores. A obra foi produzido durante o regime militar e impedida de ser exibida no Chile na época por trazer uma reflexão à juventude através de imagens do Festival de Rock Progressivo de Viñas del Mar e de trabalhos voluntários de verão realizados por estudantes.
Outras atividades
O Perro Loco desenvolve também atividades pedagógicas com o intuito de suprir a demanda de profissionalização do cinema goiano e dos estudantes. Foram oferecidos quatro espaços de formação com especialistas da área: uma oficina de imersão em roteiro para cinema e outra para televisão, com os prestigiados roteiristas Leo Garcia e Tiago Rezende; oficina de apresentação de Pitch, com o experiente produtor André Leão; e uma atividade de crítica cinematográfica, com o crítico da revista Interlúdio, Heitor Augusto. As oficinas já tiveram suas vagas preenchidas e serão realizadas durante o evento.
Apesar de estar focado no cinema, o Perro Loco não se esqueceu de seu público fiel e preparou duas atividades culturais em parceria com pubs da cidade. Na quarta-feira, o festival vai celebrar sua volta na boate Roxy, com o Karaokê Vale Tudo. A festa de encerramento será realizada no Capim Pub, com ogroove da banda instrumental Dom Casamata e a Comunidade, o rock de Os Canalhas, que preparou um repertório especial sobre cinema, e o som pesado e dançante da banda de post punk de Brasília, Signo XIII. Também tocarão na festa os DJs Gabriel Adams, Bruno Caveira, Glaukushi e Incendiário. As festas começam às 22 horas e a entrada custa apenas 10 reais.
Sobre o Perro Loco
O Perro Loco foi criado em 2007 por alunos da Universidade Federal de Goiás que queriam movimentar a universidade e fortalecer o cinema no Estado. A ideia cresceu e virou um projeto de extensão voltado à divulgação da produção cinematográfica de universitários da América Latina
O projeto, que esteve parado desde 2010, recebeu em todas suas edições 1321 filmes inscritos oriundos de 15 países: Brasil, Argentina, Peru, Uruguai, Cuba, Costa Rica, Chile, Bolívia, Venezuela, Colômbia, México, Equador, Honduras, Porto Rico e Guatemala. O evento já contou com a participação de nomes consagrados do cinema como Paulo Sacramento, Andrea Tonacci, Otto Guerra, Claudio Assis, Joel Pizzini, Eliseu Visconti, Helena Ignez e Paulo César Peréio.