Espetáculo rediscute lugar do corpo na sociedade contemporânea
Evento
/e/5745-espetaculo-rediscute-lugar-do-corpo-na-sociedade-contemporanea: LACENA - Câmpus Samambaia
: 30 de Agosto 2017 a 01 de Setembro 2017
O LABORSATORI - Núcleo Multidisciplinar de Pesquisa nas Artes da Cena apresenta no LACENA - Laboratório de Estudos do Espetáculo e Artes da Cena, nos dias dias 30, 31/8 e 1/9, o espetáculo NJILAS. Estas apresentações marcam a inauguração do novo espaço do LACENA no prédio do Pavilhão de Laboratórios de Artes da Cena da Escola de Música de Artes Cênicas (Emac) e contam com apoio da Lei Municipal de Incentivo a Cultura, da Prefeitura Municipal de Goiânia. Na quinta-feira (31/8) haverá debate sobre a dramaturgia do espetáculo, com a presença de pesquisadores convidados.

Sobre o espetáculo
Inspirado na tragédia grega As Bacantes e nos fatos históricos da Epidemia de Dança de 1518, ocorrida em Estrasburgo, NJILAS busca rediscutir o lugar do corpo na sociedade contemporânea. Também a condição marginal à qual muitos grupos sociais são submetidos, ou mesmo a misoginia que as mulheres ainda enfrentam, são temas que o espetáculo aborda. Visando a atualização do mito trágico das Bacantes, no contexto atual, NJILAS usa a influência dos batuques africanos, que enriquecem a cultura antropofágica brasileira. E quando juntamos Grécia e África num mesmo terreiro, é natural perceber o parentesco arquetípico entre as Tíades e Pomba-Gira. Neste sentido, NJILAS também reflete sobre a cultura afro-brasileira e seu lugar em nossa sociedade, que pode ser equiparado à condição marginal do dionisismo na polis grega antiga.
A história de NJILAS se passa em duas cidades imaginárias: Mpambu, onde tudo é terra, e Lorum, onde tudo é céu. Uma estranha epidemia de dança está tomando todas as mulheres de Lorum, fazendo-as redescobrir o corpo, o prazer e a feminilidade. A causa da epidemia é atribuída à chegada de um viajante estrangeiro, oriundo de Mpambu. Pouco a pouco, cada mulher vai sendo tomada pela dança, com exceção da governante de Lorum, que se mantém rígida em seu poder e chega a prender e manter em cativeiro o estrangeiro. Muitas surpresas e revelações aguardam essa governante, levando-a a redescobrir o corpo e a verdade acerca de si.
Na tradição de Angola e da África Central, Pambu Njila é o nome de uma divindade da religião dos Bantu, que funciona como agente de ligação entre a dimensão física e a dimensão metafísica da realidade. De modo similar a Hermes, da cultura grega antiga, é Pambu Njila quem pratica todo trânsito entre o mundo dos deuses e o mundo dos mortais. Trânsito entre alteridades. Pambu Njila é também associado à fertilidade feminina, bem como à sensualidade. Em português, pambu ou mpambu pode ser traduzido por encruzilhada, e njila por caminho. Neste sentido, o espetáculo NJILAS: Dance e Esqueça suas Dores pode ser entendido como metáfora teatral da busca de caminhos para a liberdade.