Série Todas as Artes apresenta Distrito Zero

Evento

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: Centro Cultural/UFG

: 08 a 09 de Novembro 2013

O espetáculo será realizado nos dias 08 e 09 de novembro no Centro Cultural UFG

O Centro Cultural UFG - Série Todas as Artes - apresenta Distrito Zero: atentado ao Pudor com a SemNome Cia de Teatro (GO) e direção de Sandro Freitas, nos dias 08 e 09 de novembro, às 20h30, no Centro Cultural UFG, Praça Universitária.
Os ingressos custam 20 reais (inteira).
 
distrito zero

Distrito Zero
Distrito Zero é a história de um sujeito em surto esquizofrênico. A construção da narrativa cênica se dá a partir do diálogo dessa personagem consigo mesma. É por meio desse diálogo que a história de Ricardo/Henrique vai sendo estruturada, por fragmentos que misturam delírio e realidade: a vida promíscua da mãe, a gravidez concebida de forma indesejada, os embates edipianos entre o filho e o pai, a dependência química, etc.

É o inconsciente humano. Por meio dele que se adquirem as bases da personalidade, a capacidade de ação, o nível de emoção com o qual percebe a vida, a sua intuição e outras características do comportamento. Representação: A lógica da interpretação se processa por meio da ação interior e exterior de cada ator, que utiliza sua presença física e mental numa situação organizada de representação, a fim de materializar a palavra que, ao nosso entender, configura a personagem.

O fio condutor da encenação é o sujeito dividido, fragmentado, bipartido em Henrique e Ricardo. Por esta espécie de transe esquizofrênico é que a cena se constrói e as outras personagens vão sendo apresentadas ao público; a mãe, representada pela figura sensual da atriz no palco, se contrapondo com a figura grotesca/cômica do pai autoritário. Os dramas se misturam, se unem e se confundem, repletos de psicologismos, e, para tanto, é criado um ambiente neutro, propício para esta encenação.

Este ‘distrito zero’ é ambientado por vários elementos desalinhados/oníricos inspirados em obras de René Magritte e no céu das obras de Salvador Dali, construindo simbolicamente um repositório de conteúdos que um dia estiveram na consciência e foram reprimidos.

O ‘distrito zero’ guarda potenciais profundos do ser, ainda não revelados: a luz e a sombra, o bem e o mal. De modo análogo, o figurino também é um mosaico de tendências, texturas e cores, que revela a nebulosidade da mente fragmentada do sujeito desse drama, representado pelos personagens Henrique e Ricardo.

A trilha sonora, sempre propícia para intensificar a dor interna das personas desmembradas na cena, funciona como uma punhalada no coração do espectador.

Direção: o princípio básico da direção de Sandro Freitas é do ator-autor que se caracteriza pela valorização da capacidade expressiva do atuante em contato com o fenômeno da expressão (corpo do ator), a fim de alcançar a verossimilhança necessária para a representação da cena.

É assim que se configura esta encenação, a todo instante revelando um elemento novo no palco e o drama de um homem que se monta, se desmonta, se remonta, se refaz e se desfaz até acabar.