Luc Vankrunkelsven participa de evento sobre o Cerrado na UFG

Nos dias 13 e 14 de setembro, a Faculdade de Informação e Comunicação da Universidade Federal de Goiás (FIC-UFG) promoverá o Reencontrando o Cerrado em comemoração ao dia nacional do segundo maior bioma da América do Sul e do Brasil. O evento tem como principal convidado o ativista ambiental e colaborador da ONG Wervel em Bruxelas, Luc Vankrunkelsven.

 A programação do evento conta com palestras e debates com o escritor belga ao longo da sexta-feira(13), sendo pela manhã, às 8h, no Estúdio de TV (Buracão) da FIC no Campus Samambaia e, durante a noite, às 19h30, no Miniauditório da Faculdade de Farmácia, na Praça Universitária. No sábado, dia 14, às 08h30, será realizado um encontro junto aos agricultores familiares na Feira Orgânica da Associação para o Desenvolvimento da Agricultura Orgânica (ADAO-GO), situada no Mercado Popular da 74. 

O Reencontrando o Cerrado é um evento do Núcleo de Pesquisa em Teoria da Imagem (NTPI/CNPQ/FIC) em parceria com os estudantes da disciplina ‘Comunicação para Sustentabilidade’. A entrada é gratuita e aberta ao público com emissão de certificado. As inscrições vão ser realizadas no local do evento. 

Luc Vankrunkelsven

 Esta será a sexta visita de Luc Vankrunkelsven à UFG, tendo a última ocorrido no ano de 2018 para o lançamento de sua obra mais recente “A rã que não se deixou ferver, Clima em movimento”. O livro traz narrativas que problematizam a mudança climática, levantando, principalmente, questões em torno da água. Além disso, Vankrunkelsven ressalta em seu discurso um Brasil que vai muito além do “exótico”, reforçando o que tem acontecido no país e como tais episódios estão ligados à Europa e ao mundo.

 Como membro da ONG Wervel, em Bruxelas, Vankrunkelsven é crítico em relação ao uso da Monocultura na produção de alimentos, além de levantar questões em torno do modelo de importação e os impactos que estas práticas causam ao meio ambiente.

O mundo em defesa do Cerrado 

Em 2018, a ONG Wervel divulgou uma carta em defesa do Cerrado, que enfatizou a importância deste bioma para o equilíbrio ambiental mundial, além de ressaltar a valorização de povos indígenas e agricultores familiares, e a preocupação com a produção agrícola em grande escala no local.

 No documento, a ONG Wervel convoca sociedade, pesquisadores e organizações para colaborar com projetos visando a defesa e conservação do Cerrado brasileiro. A ONG belga conta com o “Time do Cerrado”, composto por pesquisadores que estudam o bioma como um todo, e colocam em pauta a exploração de seus nutrientes causada pela produção em massa de grãos. 

Por que falar sobre Cerrado?

De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) publicados pelo portal de notícias Metrópole, no Centro-Oeste, quase todo ocupado pelo cerrado, houve aumento de 100% no número de incêndios florestais. O número de focos das queimadas passou de 11.035 no ano passado para 22.128 até agosto de 2019. 

É a segunda vegetação que foi mais alvo de focos de incêndio, perdendo apenas para a floresta amazônica. Só em Goiás, o crescimento foi de 21%, no tempo compreendido de janeiro até 13 de agosto, em relação ao mesmo período do ano passado. A estatística ainda não conta o incêndio no Parque Nacional dos Emas, em Mineiros, no Sul do estado, no qual cerca de 6 mil hectares foram queimados. Também foram atingidos pelo fogo a Chapada dos Veadeiros, em Alto Paraíso de Goiás, no Entorno do Distrito Federal e a Serra dos Pirineus, em Pirenópolis, no Centro do estado.