Festival Horizontes Urbanos - Etapa Itinerante
Sinergia do Movimento – A dança que respira pelas ruas cidade.
O elogio à multiplicidade e o desejo de cooperação imprimem novo fôlego a bailarinos, pesquisadores e educadores para intervir e transformar a paisagem urbana de Goiânia, em comemoração ao Dia Mundial da Dança. Desde a determinação dessa data pelo Conselho Internacional da Unesco, a manifestação artística por meio da dança tem sido homenageada simultaneamente por diferentes culturas nas mais variadas formas.
Um ano após sua implementação, o curso de Dança e o de Teatro da Escola de Musica e Artes Cênicas (EMAC/UFG) integram esforços para receber a etapa itinerante do Festival Horizontes Urbanos, promovido pelo Programa Vivo EnCena, e expandem a programação envolvendo artistas locais, grupos como o "¿por quá?", o "NEKA Poéticas Corporais" e o Fórum de Dança de Goiânia.
No decorrer desta semana, entre os dias 24 e 28 de abril, diversos espaços serão contemplados por ações que celebram o prazer social de expressão e de comunicação por meio do corpo, apresentando uma rede plural de linguagens e pesquisas. Atos performativos de ocupação, que afirmam o componente humano dos espaços urbanos, reestabelecem lugares de convivência, de fruição e, principalmente, reivindicam o direito de dançar entre o conjunto básico de direitos democráticos e inalienáveis de todo cidadão.
Para a professora Valéria Figueiredo, coordenadora do projeto na universidade, este é um evento que “reforça a importância da área para a construção do conhecimento e a atuação transformadora da arte na sociedade. Uma atividade que correlaciona ensino, pesquisa e extensão, no interesse de pensar e estimular a dança na universidade, refletindo sobre contextos formativos e artísticos, e suas inserções e interações na cidade”.
Em sua quarta edição, o festival, cuja sede original é Belo Horizonte, propõe-se a ocupar espaços da cidade com apresentações de dança concebidas especialmente para o ambiente urbano, promovendo uma integração entre a dança, a arquitetura e o transeunte. Essa etapa, que traz a Goiânia a artista convidada Dudude Herrmann, é realizada pelo programa cultural Vivo EnCena e pelo governo do estado de Minas Gerais. A mostra também integra a rede internacional CQD – Ciudades que Danzan, de Barcelona, na Espanha. Sua proposição é levar o transeunte a perceber o ambiente cotidiano que o cerca e que, muitas vezes, na correria diária, acaba passando despercebido, e levá-lo a sentir-se ali inserido, como protagonista.
“Essa ocupação tem o objetivo de levar a dança para a cena cotidiana, dialogar com os transeuntes, com a arquitetura, com a memória da cidade, e trabalhar o olhar do espectador, que passa pelos mesmos lugares frequentemente e nem sempre repara no que está a seu redor. É um exercício de sensibilidade direcionar este olhar para a cidade e, ao mesmo tempo, divulgar a dança”, explica Jacqueline de Castro, diretora de Produção do festival.
Para Expedito Araújo, curador do Vivo EnCena, o projeto exerce um papel fundamental, já que ultrapassa os limites dos palcos: “O papel de protagonista vem justamente deste diferencial, não se encerrar na montagem, mas pensar a partir dela, promovendo ações artísticas contemporâneas que vão além do palco italiano, mesmo na dança”, explica.
Kleber Damaso, professor e artista, intermediador dessa parceria, ressalta que “essa aproximação e convergência de intenções reflete o momento estruturante no qual a UFG se encontra, com olhar atento e generoso para as demandas culturais, tão urgentes e atuais. Em especial, na instalação e equipagem dos cursos de artes, respeitando as especificidades das práticas e as diversidades de cada área de conhecimento. Princípio democrático de respeito às singularidades, fundamental para ampliação de redes colaborativas e transdisciplinares”.
SOBRE O PROGRAMA CULTURAL VIVO EnCENA ______________________
Programa cultural para as artes cênicas, estimula a conexão de projetos e promove o intercâmbio de pessoas em diferentes estágios de suas carreiras. O teatro é pensado além do espetáculo, estabelecendo uma rede de difusão, circulação, mobilização e formação por todo o país, compartilhando histórias inspiradoras, conceitos inovadores e ideias transformadoras no âmbito das artes cênicas. O Vivo EnCena é realizado há dois anos, está presente em 18 estados do país e já patrocinou mais de 50 projetos continuados, além de realizar projetos próprios e ser responsável pela curadoria do Teatro Vivo, na cidade de São Paulo. O programa utiliza o teatro como ferramenta viva de acesso, reflexão, inclusão, autonomia e transformação para trazer resultados positivos sobre a trajetória e sustentabilidade de todos.
SOBRE DUDUDE HERRMANN ___________________________________
Bailarina, improvisadora, performer, coreógrafa, diretora de espetáculos e professora de dança. Inicia seus estudos nos anos 70 como parte da geração do Grupo Trans-Forma BH/MG. Dirigiu seu estúdio de 1994 a junho/2009. Dirigiu a Benvinda Cia de Dança, de 1992 a março/2008. Foi bolsista do Ministério da Cultura do Brasil – projeto Bolsa Virtuose 2000, em residência no Centro Coreográfico de Orleans, a convite de Josef Nadj. Em 2003/2004 desenvolveu o projeto “A poética de um andarilho”, viabilizado pela Bolsa Vitae de Artes. É idealizadora do Ciclo de Confluências - Ideias de..., desde 2006. Ministra cursos e oficinas focados no conhecimento da linguagem da improvisação e técnica em dança dentro do entendimento da arte contemporânea. Em 2011 lançou seu primeiro livro Caderno de Notações - a poética do movimento no espaço de fora. Desenvolve parcerias criativas com artistas múltiplos. Trabalha em seu atelier, onde promove ações com artistas nacionais e internacionais desde 2009. Mantém-se interessada e curiosa em assuntos de arte/vida. Mais informações www.coisadedudude.blogsopt.com
Programação do evento
De 24 a 27 de Abril.
A Dança na Universidade: diálogos com os contextos formativos em dança de Goiânia. Ação promovida pelos acadêmicos do curso de licenciatura em Dança/UFG. Apresentação e debates sobre o projeto pedagógico do curso nas escolas, centros, academias e outros. Coordenação: Professora Marlini de Lima.
Dia 25 de Abril (quarta feira).
Pré-estreia de MADAM, com o "NEKA Poéticas Corporais", dentro do projeto de cultura e extensão “Música e Cena na Escola de Música e Artes Cênicas. Às 9:20h. No Teatro da EMAC/UFG (Câmpus Samambaia). Entrada Gratuita.
MADAM revela a crueza das relações contemporâneas ao explorar as interseções entre dança e arquitetura. Dessa forma, diferentes espacialidades tornam-se possíveis em cena, o que leva os intérpretes a criarem uma poética diretamente relacionada aos "corpos edificados" nos "espaços dançantes". À medida que a narrativa se estabelece, e o espaço influencia a cena, fica claro que MADAM explora a temática eixo conjugalidade, entendida como o compromisso matrimonial, no qual o matrimônio tem um sentido ampliado, significando as várias formas possíveis de união na sociedade atual.
O "NEKA Poéticas Corporais" é um grupo que se dedica a pesquisar processos de composição de cenas para criar trabalhos artísticos em que o corpo é revelado como produtor de sentidos. Criado em Goiânia no ano de 2011 por artistas cênicos experientes, desenvolve conceitos e linguagens próprias de movimento, aplicadas à preparação corporal e criação de cenas espetaculares. Intérpretes-criadores: Adriano Bittar, Erica Bianco, Nilo Martins. Produção: Claudinha Fernandes. Apoio Institucional: Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Goiânia.
Dia 26 de Abril (quinta feira).
A POÉTICA DE UM ANDARILHO. Intervenção urbana com Dudude Herrmann (MG).
Às 9h na Avenida Goiás, em frente ao Relógio Art-decó do canteiro central.
Esse trabalho é uma prática de sensibilidades adquiridas no espaço de exposição, em um lugar público. A escolha é uma praça, por se tratar de um espaço explicitamente construído para o lazer, para o descanso e, talvez, para o devaneio de apenas ficar ali, deixando o tempo ser tempo e a existência poder se alargar.
“Praças, avenidas, ruas, lugar de crianças, andarilhos, pessoas que pousam por um momento. Então eu, travestida de andarilha, pouso nesse espaço e começo minha função. Função esta de amaciar tal espaço, territorializando para assim praticar a dança escondida atrás, em torno, num campo sutil. O invisível se torna visível, quando o tempo dilata e alarga os sentidos. O movimento natural da vida é a matéria-prima para tal trabalho. Poética de um Andarilho é um acontecimento, seu aviso vem através do espaço, seu público é o entorno, o pequeno e o grande estão na cinesfera deste acontecimento”, explica Dudude.
Dias 26 e 27 de Abril (quinta e sexta)
Abordando a dança contemporânea e suas questões, como corpo que desloca/corpo que move/corpo que pensa/corpo que dança/corpo que mexe/corpo inventor e inventado/corpo criativo que provoca situações inusitadas e diversas.
Público: bailarinos, performers, artistas da cena e afins com interesse na linguagem improvisacional e compositória do movimento (maiores de 18 anos de preferência).
Dia 27 de Abril (sexta feira)
Mesa de lançamento do livro Caderno de Notações – a poética do movimento no espaço de fora. De Dudude Herrmann. A partir das 18h no Teatro da EMAC/UFG.
Mediação – Professora Marlini de Lima (coordenadora do curso de Dança da UFG).
Comentaristas convidadas: professora Luciana Ribeiro e professora Rosi Martins.
A obra celebra 40 anos de persistência, resistência, existência e criação de Dudude no campo da dança e contribui para a produção do conhecimento dentro das artes cênicas brasileira. O livro possui o patrocínio da Wartsila, por meio dos benefícios da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
Dia 28 de Abril (sábado). Encerramento
POR ACASO: tardes de improviso. Jam Session com Vida Seca e grupo ¿por quá?. Das 17h às 20h na Fábrica Cultura Coletiva (rua 3, 546, centro). Realização: Ma1s Um baú de ideias. Reapresentação de MADAM (Intervenção Urbana). Com "NEKA Poéticas Corporais". Às 20:30h, também na Fábrica Cultura Coletiva.
SERVIÇO ____________________________________________________
SEMANA DE COMEMORAÇÃO DO DIA MUNDIAL DA DANÇA
E FESTIVAL HORIZONTES URBANOS
Data: 24 A 28 de abril
Locais: Teatro da EMAC/UFG, Centro de Danças Lenir de Lima – FEF/UFG, Fábrica Cultura Coletiva e Avenida Goiás, em frente ao relógio Art-déco do canteiro central. Evento gratuito. Informações: www.horizontesurbanos.com
dancalicenciatura.ufg@gmail.com