Confer_ncia "Reforma da Educa__o Superior"

Dr. Luiz Davidovich, Professor da UFRJ e Diretor da Academia Brasileira de Ci_ncia, ressalta que cabe _ Universidade dar a seus estudantes uma s_lida forma__o b_sica, que lhes permita adaptar-se ao acelerado desenvolvimento do mundo atual, em contraposi__o _ especializa__o prematura, que come_a atualmente no vestibular.

Area de Pesquisa:

Eletrodin_mica qu_ntica em cavidades.
Teoria qu_ntica do laser.
Compress_o de ru_do qu_ntico.
Teoria da descoer_ncia.
Ioniza__o multifot_nica.
_ptica at_mica e din_mica de ions em armadilhas.
Estados emaranhados e limite cl_ssico da mec_nica qu_ntica.

Titulos:

Bacharel (F_sica) - PUC/RJ - 1968.
Ph.D. (F_sica) - Universidade de Rochester, EUA - 1976.
Professor assistente - Eidgen_ssiche Technische Hochschule, Zurich, Su__a - 1976/1977.
Professor assistente - Pontif_cia Universidade Cat_lica do Rio de Janeiro, PUC-Rio - 1977/1982.
Professor associado - PUC-Rio - 1982/1993.
Professor titular - PUC-Rio - 1993/1994.
Professor titular - Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ - 1994/....

Pr_mios Adquiridos:

Condecora__es

Gr_-Cruz da Ordem Nacional do M_rito Cient_fico - Presidente da Rep_blica do Brasil - jul/2000

Pr_mios

Pr_mio de F_sica 2001 - Academia de Ci_ncias do Terceiro Mundo - 2002

Relat_rio do Prof. Davidovich do Col_quio sobre Reforma Universit_ria, Bras_lia 29 e 30 de mar_o de 2004

Participantes. Participaram da reuni_o representantes de 21 entidades, entre as quais, al_m da ABC, a SBPC, o ANDES, a UNE, o CRUB, a ANDIFES, a FASUBRA, o representante dos CEFET_s, e seis entidades que congregam institui__es privadas de ensino superior. Os diversos interesses representados levaram os presentes a concordar que a discuss_o deveria se referir de forma gen_rica a institui__es de ensino superior, ao inv_s de limitar-se a institui__es universit_rias. Ficou claro tamb_m que a discuss_o sobre a reforma n_o se limitar_ _s institui__es p_blicas, mas envolver_ tamb_m as privadas, que reunem cerca de 70% das matr_culas em ensino superior no Brasil.

Foi elaborada uma matriz com as sugest_es, sobre os tr_s itens em pauta, das diversas entidades que j_ se manifestaram em rela__o ao assunto. A matriz _ extensa, e n_o caberia aqui uma an_lise detalhada de todas as contribui__es. Procuramos salientar abaixo apenas os pontos de converg_ncia, bem como aqueles que geram maior pol_mica.

Papel da Universidade. Algumas contribui__es sobre esse tema, como a da ANDIFES, foram bastante detalhadas, mencionando em particular a necessidade de manuten__o e consolida__o de instrumentos est_veis de fomento _ pesquisa e de articular a pol_tica nacional de ensino superior com os sistemas nacionais de ci_ncia e tecnologia, de educa__o b_sica e profissional, bem como com as pol_ticas p_blicas de desenvolvimento econ_mico, social e cultural, visando _ consecu__o de metas e estrat_gias para o desenvolvimento do pa_s. V_rias contribui__es ressaltaram a import_ncia da indissociabilidade da educa__o, pesquisa, e extens_o nas Universidades, e o papel fundamental da Universidade de produ__o, transmiss_o e difus_o do conhecimento. Ressaltamos que cabe _ Universidade dar a seus estudantes uma s_lida forma__o b_sica, que lhes permita adaptar-se ao acelerado desenvolvimento do mundo atual, em contraposi__o _ especializa__o prematura, que come_a atualmente no vestibular.

Autonomia. Esse _ um dos temas mais pol_micos. Algumas entidades, como o ANDES, defendem que a autonomia decorre automaticamente do artigo 207 da Constitui__o, n_o cabendo uma delimita__o de seu alcance. Defendem tamb_m que a autonomia universit_ria deve obedecer ao princ_pio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extens_o, e deve estar vinculada ao processo de democratiza__o interna das Institui__es de Ensino Superior. Outras entidades defendem uma autonomia que n_o seja autom_tica, devendo ser objeto de regulamenta__o, tendo em vista que s_ deveria ser autorizada para institui__es que fossem consideradas bem qualificadas nos itens educa__o, pesquisa e extens_o. Lembramos o papel altamente positivo da CAPES no aperfei_oamento da p_s-gradua__o no Brasil, e defendemos que deveria existir, no n_vel de gradua__o, um _rg_o especial de avalia__o que examinasse e acompanhasse o processo de autonomia, para cada institui__o.

Democratiza__o do acesso e garantia de perman_ncia. V_ria propostas foram apresentadas, incluindo o aumento do n_mero de vagas no sistema p_blico de ensino superior, a cria__o de cursos noturnos e de licenciatura, a interioriza__o, a ado__o de instrumentos adequados de assist_ncia ao estudante, o estabelecimento de cotas raciais ou a reserva de vagas para estudantes oriundos da escola p_blica. Foi enfatizada a necessidade de se garantir a qualidade da forma__o do aluno, seja no ensino p_blico, seja no privado. De nossa parte, mencionamos que a discuss_o sobre a democratiza__o do acesso se limitaria a paliativos enquanto n_o fosse considerada como grande prioridade nacional a melhoria do ensino de primeiro e segundo graus. Mencionamos ainda, que a perman_ncia dos estudantes nas institui__es de ensino superior _ prejudicada n_o apenas por raz_es financeiras, mas tamb_m pela especializa__o prematura, aliada a uma carga hor_ria frequentemente excessiva, que os obriga a optarem por uma carreira profissional de forma imatura, muitas vezes ditada pela classifica__o no vestibular.

As interven__es dos representantes da ABC e da SBPC (Prof. Jo_o Cl_udio Todorov) coincidiram na preocupa__o com um horizonte mais amplo, e na defesa de uma reforma do ensino superior que v_ al_m de interesses imediatos de setores localizados.

A pr_xima reuni_o, onde ser_o discutidos os itens restantes (financiamento, conte_dos e programas, estrutura e gest_o, e avalia__o), est_ marcada para os dias 29 e 30 de abril.

A Academia dever_ elaborar um documento sobre a reforma do ensino superior. Para isso, estar_ organizando um grupo de trabalho e um Simp_sio, que ocorrer_ por ocasi_o da posse dos novos acad_micos.

Dr. Luiz Davidovich
Diretor-Eleito da Academia Brasileira de Ci_ncias

Informa__es: