Lançamento de livros de professoras da FIC

As professoras da Faculdade de Informação e Comunicação (FIC), Ana Rita Vidica e Gardene Leão, convidam para o lançamento de seus livros "Clube da Objetiva (1970-1989): um fotoclube no central do Brasil" e "Criminalização da Juventude na mídia impressa goiana: o caso do Jornal Daqui".

O lançamento será realizado no dia 20 de setembro, às 19h, no Sindicato dos Docentes da Universidade Federal de Goiás (Adufg).

Clube da Objetiva (1970-1989): um fotoclube no central do Brasil

O livro "Clube da Objetiva (1970-1989): um fotoclube no central do Brasil" é resultado da recuperação da história do fotoclube de Goiânia, o Clube da Objetiva, nas décadas de 70 e 80, se constituindo em parte do percurso fotográfico do Estado de Goiás. Para isso, buscou-se a compreensão deste fotoclube enquanto instituição, órgão seletor e produtor de imagens, percebendo em que medida o mesmo incorporou as práticas do movimento fotoclubista, inclusive as relações entre fotografia e arte desenvolvidas no seu interior. Este entendimento foi feito por meio do cruzamento de documentos textuais, orais e visuais, como recortes de revistas, jornais e boletins informativos recebidos de outros fotoclubes e que fazem parte do acervo do Clube da Objetiva, além de conversas com alguns de seus integrantes. Com isso, a literatura produzida no interior do fotoclubismo se constituiu em uma das fontes geradoras do conhecimento, do modo de pensar e conceber a fotografia neste movimento. Essa concepção se dá também pela apresentação visual, percebida pelo conjunto de imagens de aguns integrantes do Clube da Objetiva, aceitas ou premiadas em salões de arte fotográfica. A constatação disso se deu por meio de uma proposta de leitura desse conjunto imagético. Com o desenvolvimento desta pesquisa, por meio dos passos descritos, percebeu-se que o Clube da Objetiva fez parte do cenário cultural da cidade de Goiânia, mas também esteve alinhado aos princípios do movimento fotoclubista, o que proporcionou uma posição de representação do mesmo, na área da fotografia, em nível nacional.

Criminalização da Juventude na mídia impressa goiana: o caso do Jornal Daqui

Esta obra busca verificar como os jovens são significados pela mídia impressa goiana, analisando, especificamente, a cobertura do jornal Daqui, por este ser um importante veículo formador de opinião em Goiás, possuindo, atualmente, a maior tiragem de jornais impressos do Estado. Para analisar os enunciados do Daqui, utiliza-se como referencial teórico a Análise de Discurso Francesa, já que ela possibilita observar as construções históricas e ideológicas presentes em um discurso, considerando não apenas a materialidade linguística, como também sua exterioridade (condições históricas, sociais e ideológicas). A partir das análises feitas, pode-se perceber que o jovem pobre das periferias urbanas é representado nos enunciados do Daqui de forma estigmatizada, sedimentando um imaginário no qual a prática de seu extermínio parece ser aceita e autorizada. A cobertura do jornal dá grande espaço para assuntos relacionados à criminalidade e ao preconceito diante do jovem infrator ou usuário de drogas, sendo que temáticas como a cultura, o esporte, a educação, entre outras, raramente são abordadas. A cristalização desta memória permite que tais interpretações sejam tomadas como “verdades universais”, não possibilitando ao leitor outros tipos de significação, fazendo com que a violência seja considerada como algo comum e necessária para controlar jovens. Há na população uma crescente “crença” neste imaginário, que acaba sendo complacente com a situação de extermínio físico e simbólico de jovens pobres. Os enunciados produzidos pelo Daqui colaboram por cristalizar a aceitação de homicídios de jovens pobres, estimulando a criminalização, o preconceito e a invisibilidade dos mesmos.