Espetáculos Rastros Híbridos: corpos hibridizados soltos no mundo
Evento
/e/11138-espetaculos-rastros-hibridos-corpos-hibridizados-soltos-no-mundo: Centro Cultural UFG (Praça Universitária)
: 12 a 13 de Junho 2012
A Índios.com Cia de Dança foi fundada em 2001 na cidade de Manaus por artistas independentes. Ao longo destes anos estabeleceu um currículo artístico compromissado com o fazer artístico na área da dança e consequentemente com o desenvolvimento cultural no Estado do Amazonas, recebeu diversos prêmios a nível nacional e local.
A partir do Prêmio FUNARTE de Dança klauss Vianna 2008, a companhia criou o espetáculo “Rito de Passagem” o qual foi selecionado para circular pelo Brasil, apresentando-se em mais de 25 cidades do país pelo Projeto Palco Giratório do SESC, foi selecionado para o Festival Mujeres en la Dansa (Equador-Quito) e para o 5º Rencontre de Danses Métisses (Guiana Francesa), foi também gravado pelo programa de televisão “Dança Contemporânea”, transmitido em rede nacional no canal do SESC-TV.
“Rastros Híbridos”, por sua vez, é um projeto que possibilita a continuidade da pesquisa sobre a dinâmica identitária cultural dos povos indígenas. O espetáculo foi concebido a partir da residência artística de Yara Costa em 2009 e do restante da companhia em 2010 na Guiana Francesa através da Companhia Norma Claire e Associação Anti-podes com o ameríndios Kali’na da aldeia de Awala-Yalimapo.
A expectativa da Índios.com Cia de Dança é aprofundar o discurso artístico na área da dança contemporânea que se faz a partir do estudo das culturas. “Rastros Híbridos” estreou uma primeira versão no 6º Rencontre de Danses Métisses em Dezembro de 2010, e após receber o Prêmio FUNARTE de Dança Klauss Vianna 2010 foi reelaborado em 2011 e apresentado no II Festival de Dança MOVA-SE solos, duos e trios e no III Festival Amazonas de Dança da Secretaria de Estado de Cultura. Para 2012, “Rastros Híbridos” tem o Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna 2011 na categoria de circulação, tendo como meta a realização de 12 (doze) apresentações nos estados de Mato Grosso, Goiânia, Brasília e Amazonas (São Gabriel da Cachoeira) e 04 (quatro) Mesas Redondas constituídas de antropólogos, críticos de dança contemporânea, representações indígenas das cidades e a própria Índios.com Cia de Dança.
“Rastros Híbridos” parte de uma questão regional, inserindo-a num contexto contemporâneo, dos ameríndios Kali’na da Guiana Francesa para todas sociedades. Os povos Kali’na da Comunidade de Awala Yalimapo, vivem na fronteira entre a Guiana Francesa e o Suriname. Devido a colonização francesa, estão familiarizados com os costumes europeus e esqueceram muitos costumes tradicionais. Porém, nos últimos anos eles vêm procurando trabalhar com outros kali’na para revalorizar e reconhecer os seus antigos costumes.
Entretanto lidar com reformulação de conceitos é extremamente complexo, as variáveis da equação são de cunho político, social, educacional, econômica entre outras. Conflitos coletivos e pessoais são inveitáveis após o contato com outras culturas, os sistemas de valor, tradição e crencas são sempre afetados. Em “Rastros Híbridos”, utilizando-se como elemento signico a arte rupestre marcamos territórios e mudança de comportamentos, a cada novo território propõe-se uma nova postura, um novo olhar/pensar o mundo, explorando-se possibilidades corporais
A temática proposta vem colaborar no entendimento das relações entre a arte de espetáculos e a questão do regionalismo. Na sociedade atual é emergente a necessidade de maior aprofundamento nessa discussão. Diversos conflitos de identidade que ocorrem nos povos indígenas acarretam em perdas fatais, como suicídios principalmente de jovens indigenas. Nesse sentido, “Rastros Híbridos”, fomenta a discussão sobre as relaçoes da sociedade ameríndia Kali’na com outras culturas. Questionando de que forma o corpo ameríndio se insere e se relaciona com a contemporaneidade.
A direção artística é assinada pela diretora da companhia de dança, Yara Costa e pelo intérprete-criador Francis Madson. O elenco é constituído por: Alessany Negreiros, Carol Santa Ana, Eliberto Barroncas e Yara Costa. A direção musical é do artista Eliberto Barroncas. A iluminação foi feita pelo coreógrafo Ricardo Risuenho e o figurino concebido pelo artista plástico Adroaldo Pereira e Yara Costa. A classificação do espetáculo é de 12 anos.
