Servidores publicam coletânea de poemas

Canção do exílio, poema de Gonçalves Dias, que fala da terra com palmeiras, do sonho bucólico, do retorno ao lugar comum e distante, recebeu na literatura brasileira uma série de adaptações. Carlos Drummond de Andrade, Casimiro de Abreu, Oswald de Andrade, Murilo Mendes, Affonso Romano de Sant´Anna, Jô Soares, Chico Buarque e Tom Jobim arriscaram suas versões, de maneiras e em tempos diferenciados. Mas não só eles. Maria Aparecida de Almeida Silva e Tiago Felipe de Oliveira, servidores técnico-administrativos da UFG, também produziram seus intertextos. Ela mudou de cenário, falou da saudade do Rio Grande do Norte, a terra de sua infância, na “canção do nordeste”. Ele, por sua vez, descreveu a vegetação e os hábitos do cerrado em uma “outra canção do exílio”. “Foi difícil, as palavras demoraram a sair, ficava sempre pensando no que escrever, no que ia rimar. Mas gostei do final”, comentou Maria Aparecida.

Juntamente com outros profissionais que trabalham na universidade, eles foram estimulados a dar vazão à criatividade, transformando os estudos feitos no curso de capacitação em Língua Portuguesa em textos poéticos que interpretam outros textos. O resultado desse exercício está em Primícias, livro lançado nesta terça-feira, 8/06, durante o Seminário de Integração Institucional da UFG. “Nesta obra eles revelam que não escrevem apenas textos técnicos, mas também literatura”, comentou a organizadora do livro, professora Ana Cleide Sales, contratada pelo Departamento de Desenvolvimento de Recursos Humanos (DDRH) em 2009 para ministrar o curso.

A turma de 2010 deste mesmo curso já arrisca seus versos, que não estão ainda em papel, mas podem ser conferidos em um blog (clique aqui para conferir). Para a professora Ana, o objetivo de capacitar para o trabalho e para o uso da norma culta da Língua Portuguesa foi ultrapassado no curso: “de leitores, eles passaram a produtores”.

Boas-vindas – Não por acaso o lançamento de Primícias foi realizado durante o Seminário de Integração Institucional da UFG. O evento, organizado uma vez ao ano para contemplar o servidor recém-empossado com informações sobre o regime jurídico, a estrutura e o funcionamento da universidade, pretendeu valorizar as ações de capacitação desenvolvidas pelo DDRH.

Foram convocados 170 trabalhadores aprovados nos últimos concursos. Além da capacitação, também foram tratados assuntos como ética no serviço público, plano de carreira, progressão salarial, avaliação de pessoal e organização sindical.

A diretora do Departamento de Pessoal, Maruska Vaz Sansaloni, foi uma das palestrantes e comentou sobre as dúvidas mais frequentes que os servidores têm ao entrar na universidade. Ela explicou direitos e deveres de quem está em estágio probatório, além de fazer algumas interpretações da Lei nº. 8.112/90, que dispõe sobre o regime jurídico dos funcionários públicos civis da União.

Também conversou com os técnico-administrativos o pró-reitor de Desenvolvimento Institucional e Recursos Humanos, Jeblin Abraão, que ressaltou a importância da categoria: “é uma atividade-meio que contribui muito para o crescimento de alunos e professores da UFG”.