UFG integra banco de dados sobre a ditadura militar
Em visita a Universidade Federal de Goiás (UFG), o assessor de Planejamento e Projetos Especiais do Arquivo Nacional, Márcio André Médici, realizou no dia 22 de novembro uma reunião com servidores técnico-administrativos do Centro de Informação e Documentação Arquivísticas (Cidarq) da UFG para falar sobre o projeto Memórias Reveladas: Projetos de Organização, Preservação e Difusão de Acervos Públicos/Privados referentes às lutas políticas no Brasil (1964-1985).
O projeto possui o aval da Casa Civil da Presidência da República e é uma proposição da Associação Cultural do Arquivo Nacional ( ACAN) que é uma sociedade sem fins lucrativos que beneficia o Arquivo Nacional. O objetivo principal é preservar o acervo de documentos dos anos de 64 a 85, que se referem as lutas políticas no Brasil, e desse modo, será criado um centro de referência sobre a ditadura militar.
A UFG é a única instituição de ensino superior parceira do projeto, as demais são a Associação dos Arquivistas de São Paulo e sete arquivos públicos estaduais – RS, PR, SP, PE, MA, ES e RJ. Na universidade existem documentos da Delegacia de Ordem Política e Social (DOPS) do Estado de Goiás que remontam fatos do período de 1964 a 1985 que foi recebido em 1996, em um convênio entre a Secretaria de Segurança Pública de Goiás e a instituição. A UFG participa do projeto com o subprojeto 8, que consiste na organização, preservação, microfilmagem e digitalização do acervo do DOPS Goiás.
A instituição possui nove metros lineares de documentos textuais, fotografias, dossiês. O assessor Márcio Médici ressaltou a importância de divulgar o projeto em Goiás, pois se houver no estado alguém que possua nos seus arquivos pessoais documentos da época da ditadura militar, esses podem ser doados à UFG, que irá tratá-los e servirão ao banco de dados do Arquivo Nacional.
A idéia do projeto da ACAN é disponibilizar o acesso ao público por meio de um portal que estará disponível a partir de abril do próximo ano. O acesso vai depender de restrições compatíveis com a classificação do documento. Por exemplo, de acordo com o decreto sancionado pelo presidente Lula, os arquivos ultra-secretos poderão ser abertos somente após 30 anos.
Durante essa primeira fase do projeto, o assessor Márcio Médici explicou aos servidores técnico-administrativos do Cidarq como deverá ser feita a gestão administrativa do projeto por parte instituições detentoras dos arquivos. Nesta primeira fase do projeto, o orçamento disponível é de pouco mais de R$ 2 milhões de reais distribuídos entre as nove instituições de acordo com a quantidade de documentos a serem tratados.
Fonte: Ascom/UFG