Terceira etapa do Ciclo de Debates mobiliza estudantes e professores de licenciaturas da UFG
Texto: Erneilton Lacerda
Fotos: Ana Maria Antunes
A Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) da Universidade Federal de Goiás (UFG) realizou, nesta segunda-feira (10/06), a terceira etapa do Ciclo de Debates sobre formação de professores, com a participação de estudantes e professores de cursos de licenciatura da universidade. Com o intuito de contextualizar a realidade da formação de professores da instituição, o evento discutiu aspectos como estágio curricular obrigatório, perspectivas da formação docente e campo de trabalho.

A pró-reitora de Graduação da UFG, Sandramara Matias Chaves, destacou que a realização do Ciclo de Debates “é da mais alta importância, no atual contexto, em que temos uma demanda cada vez menor nos cursos de formação de professores”. “Além disso, há ainda uma grande evasão nestes mesmos cursos, a despeito de todas as ações implementadas pela universidade, como as bolsas de apoio à pesquisa e de assistência estudantil, como a Bolsa Permanência”, ponderou.

Na etapa realizada hoje, a pesquisadora Bernardete Gatti, da Fundação Carlos Chagas (FCC), apresentou a palestra “Formação de professores no Brasil: concepções e impasses atuais”. Ela enfatizou o papel da UFG como “ponta de lança” na discussão que envolve a formação de docentes, “já que sempre demonstrou-se uma preocupação nesse sentido na universidade. Universidades mais jovens, geralmente, têm mais condições de flexibilidade em tal debate”.
Desde 2008, Bernardete Gatti estuda o currículo das licenciaturas e a conclusão dessas pesquisas não é nada promissora. “Em sua maioria, os cursos apresentam currículos desestruturados e fragmentados, muito em razão da ausência de uma política educacional integrada e coesa. O fato é que não temos uma política educacional real no Brasil”, sentencia. Para a pesquisadora, a realidade encontrada nos currículos dos cursos de formação de professores no Brasil perpassa pela fragmentação das disciplinas, generalidade nas proposições das ementas e uma perspectiva dominante do bacharelado.
“A formação dos professores precisa ser pensada e realizada a partir da função social própria à educação básica, à escola e aos processos de escolarização”, defende Bernardete Gatti. Ela acredita na necessidade de se “ensinar as novas gerações o conhecimento acumulado e consolidar valores e práticas coerentes com nossa vida civil”.
Fonte: Ascom/UFG