Simpósio sobre o Sistema Único de Saúde é promovido pela Faculdade de Enfermagem
A Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás (UFG), por meio do Programa de Educação Tutorial (PET) Enfermagem, abriu ontem, 26/07, o ciclo de palestras que irão compor o Simpósio sobre o Sistema Único de Saúde (SUS). Com o objetivo de esclarecer sobre a legislação do SUS e discutir suas principais políticas, o evento teve início com as palestras do gerente de processamento da Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO), Dante Garcia, e da enfermeira e professora da PUC/GO, Ladilice Teles Zatta.
Durante a palestra, Dante Garcia argumentou que o modelo brasileiro de organização da saúde mudou ao longo do século XX, se tornando menos exclusivo e elitista. De acordo com ele, o Brasil é o único país do mundo, com mais de 100 milhões de habitantes, que tem garantido em sua Constituição o direito universal à saúde. Há uma organização de todas as instituições de saúde presentes em todos os municípios do território nacional, que respondem ao SUS como seu órgão fiscal e regulador. "A criação do atual Sistema Único de Saúde, como o conhecemos, é recente e enfrenta grandes desafios", afirmou o palestrante. Segundo ele, um dos grandes problemas é que só é possível desenvolver um sistema efetivo quando houver a exigência de qualificação específica de seus funcionários administrativos, o que ainda não ocorre no SUS.

Gerente de processamento da Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO), Dante Garcia
A segunda palestra da noite, ministrada pela professora e enfermeira Ladilice Teles Zatta, teve como tema "Acolhimento com avaliação e classificação de risco". Usando da experiência como apoiadora técnica das urgências no Sistema Municipal de Saúde, ela mostrou as técnicas usadas nas avaliações preliminares de pacientes, de acordo com as classificações previstas pelo SUS. Segundo ela, a classificação de risco veio como um substituto para a triagem que era feita antes da implantação das legislações do SUS no Brasil. "A triagem podia ser feita por qualquer funcionário da unidade de saúde, que poderia, após uma avaliação pouco precisa, mandar o paciente de volta para casa. Hoje, a classificação de risco é responsabilidade única dos enfermeiros, que analisam o nível de risco corrido pelo paciente e o direcionam para a frente ou para o fim da fila de atendimento, de acordo com a gravidade verificada. A classificação de risco nos permite organizar a fila para atendimento de maneira mais eficaz, com a garantia de atendimento a todos os pacientes na unidade de saúde", explicou ela.

A professora da PUC-GO, Ladilice Teles Zatta, abordou o tema Acolhimento com avaliação e classificação de risco
O auditório da Faculdade de Enfermagem ficou lotado para as palestras, sendo registradas nas inscrições uma grande presença de estudantes do curso de Enfermagem. O evento seguiu até o dia 27/10, e os participantes puderam conferir a discussão sobre outros temas como "Saúde do Homem" e Leis nº 8080/90 e nº 8142/90.
Fonte: Ascom/UFG