Fórum de Licenciaturas discute a formação de professores na UFG

Debate reuniu docentes das Regionais Goiânia, Catalão, Goiás e Jataí

Texto: Serena Veloso

Coordenadores dos cursos de licenciatura da UFG, representantes dos Núcleos Docentes Estruturantes (NDE) e professores participaram na tarde desta segunda-feira, 25 de agosto, do quarto encontro neste ano do Fórum de Licenciaturas, que aconteceu no Centro de Cultura e Eventos Professor Elias Bufáiçal. Durante a reunião, coordenada pela professora Miriam Fábia Alves, da Faculdade de Educação (FE), foi discutida a concepção de formação dos professores da UFG.

A atividade teve a participação dos professores Cristiane da Fonseca, do departamento de Matemática da Regional Catalão; Raimundo Agnelo Soares Pessoa, coordenador do curso de licenciatura em História da Regional Jataí; Cristiano Novaes Rezende, coordenador do curso de graduação em Filosofia da Regional Goiás, e ainda dos professores da Regional Goiânia, Simone Sendin Moreira Guimarães, do Instituto de Ciências Biológicas (ICB); Jamesson Buarque de Souza, presidente do NDE de Letras e Lueli Nogueira Duarte e Silva, presidente do NDE de Pedagogia. A mesa diretiva foi coordenada pela professora Neisi Maria da Guia Silva.

Cada convidado expôs um relato os cursos de licenciatura das regionais da UFG, trazendo à discussão as necessidades e dificuldades da formação de professores dentro da universidade. Alguns dos pontos levantados pela professora Cristiane da Fonseca foram a baixa procura pelos cursos de licenciatura da Regional Catalão e o alto índice de evasão devido a fatores socioeconômicos. Outro problema questionado pela professora é o fato de existir dificuldades entre os professores para realizar o acompanhamento de alunos no campo de estágio e falta de clareza do que constitui o campo da prática nos cursos.

Já para a professora Simone Sendin Moreira Guimarães, uma das dificuldades enfrentadas pelos cursos de licenciatura na área de Ciências Biológicas – atualmente estruturados em curso presencial, Parfor e licenciatura em Ensino de Biologia, em parceria com a Universidade Pedagógica de Moçambique – é o quadro reduzido de docentes graduados em licenciatura, sendo 70% dos professores do curso presencial bacharéis. “O maior enfrentamento que a gente tem no curso presencial não é de espaço físico, mas o espaço para discussão do que é formar um professor no contexto do ICB”, ressaltou.

Outras questões levantadas no encontro foram a qualidade na infraestrutura das unidades para a realização das aulas e atividades práticas e a construção de uma política institucional para a valorização da licenciatura. Para o professor Raimundo Agnelo, a questão da valorização do profissional da educação extrapola os muros da universidade, pois acredita que profissão tem sido estigmatizada no contexto social, o que acaba interferindo na própria procura dos estudantes pelos cursos.

Novas diretrizes

Na reunião também foi apresentado um documento elaborado pela Faculdade de Educação que trata da reformulação das bases conceituais do curso de pedagogia para constituição de futuros docentes. Segundo a professora Lueli Nogueira, presidente do NDE de Pedagogia, desde 2011 os docentes da FE se reúnem para discutir a formação de professores e a política definida na universidade para reformulação dos currículos das licenciaturas. A partir desse documento, foram propostas algumas bases para a conceituação da educação e dos saberes necessários na formação desses profissionais. “Além do conhecimento técnico necessário aos profissionais, a universidade é um espaço de formação humana. A gente espera que a instituição garanta aos alunos o acesso a todos os bens culturais”, pontuou.