István Meszáros realiza palestra na UFG
Professor lançou livros e realizou palestra sobre reflexões do Estado
A UFG recebeu na tarde do dia 28 de novembro um palestrante bastante esperado desde o anúncio da realização da Jornada Estado & Insurgência. O evento teve parceria das mais diversas unidades da UFG, como Faculdade de Educação Física, Instituto de Matemática e Estatística, Instituto de Química, Faculdade de Educação, Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Econômicas, Faculdade de Ciências Sociais, além de diversos grupos de pesquisa da universidade e sindicatos do Estado de Goiás. O evento trouxe à Goiânia, um dos grandes ícones do pensamento social e dos estudos sobre o Estado, o professor húngaro István Meszáros. O professor esteve em diversas cidades do Brasil para o lançamento de dois livros O conceito de dialética em Lukács e o segundo volume de Para uma ontologia do ser social.
O professor atraiu um imenso público no Centro de Cultura e Eventos Professor Ricardo Freua Bufáiçal. Estudantes de diversas áreas, professores ou mesmo simpatizantes das ideias de István Mezáros lotaram o auditório.

O professor fez um breve relato sobre as ideias dos dois livros lançados. A tradução foi feita pelo professor Caio Sgarbi Antunes, da Faculdade de Educação Física da UFG, que também coordenou a comissão do evento. Logo após a apresentação dos livros, István Meszáros fez sua palestra em português, desculpando-se pela leitura, mas explicando que era uma forma de abordar um maior número de temas em um curto espaço de tempo.
Sua palestra teve o tema "A montanha que devemos escalar: reflexões sobre o Estado". Para o professor, a sobrevivência da humanidade depende da tarefa de refletir sobre ele. Segundo o pesquisador, não temos que discutir o futuro do Estado: "O Estado não tem futuro, pois, se ele tiver, a humanidade que não terá". A questão é definir o que devemos fazer como humanidade para garantir esse futuro. Entre algumas de suas ideias lançadas, ele destaca que riqueza é tempo disponível e enquanto pensármos que é necessário acumular capital, que é a lógica do sistema capitalista, essa ideia será inconcebível: "Reduzir a jornada de trabalho para 6 horas, por exemplo, não é interesse do capital. Para que isso aconteça, é preciso uma ordem radicalmente diferente".

István Mészáros explica que o capitalismo, atualmente, vive uma crise estrutural e não uma crise cíclica que é própria dele. E dentro do modelo vigente de Estado, o estudioso não vê saídas para os problemas estruturais do capitalismo. Ele explica que a crise só tem piorado, exemplo disso, é a dívida dos Estados Unidos que já está na casa dos trilhões e é impagável: "Para sair do buraco, há um ditado que diz que é preciso parar de cavar. Mas o capital não pode parar de cavar".
O pesquisador contou que tem se debruçado há três anos em analisar toda a Teoria do Estado existente desde Aristóteles até a atualidade. Ele espera demorar ainda mais três anos para realizar este trabalho. Ao final da palestra o filósofo realizou uma sessão de autógrafos.

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