Festival premia documentário sobre etnia indígena, em Goiás

A 11ª edição do Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (FICA), organizado pela Agência Goiana de Cultura Pedro Ludovico Teixeira (Agepel) e apoiado pela Universidade Federal de Goiás (UFG), realizou, no último sábado (20/6), a cerimônia de premiação dos melhores curtas, médias e longas-metragens exibidos ao longo da semana. Oriundas de 13 países, 29 produções concorreram aos prêmios do festival.

A diversidade de temas ambientais foi um dos destaques dessa edição. A premiação refletiu a variedade de assuntos abordados nas produções exibidas entre os dias 16 e 19 de junho na cidade de Goiás. O júri oficial do XI FICA, formado pelo crítico de cinema Roger Odin, pela cineasta Sandra Kogut, pelo roteirista Carlos Gerbase, pelo cineasta Kiko Goifman, pelo produtor argentino Júlio Santucho, pela cineasta Rosa Berardo e pelo biólogo Mário Barroso, escolheu o documentário Corumbiara, de Vincent Carelli, como o vencedor do Troféu Cora Coralina, o grande prêmio do festival, com o valor de R$ 50 mil.

O filme, de temática indígena, investiga a etnia da Gleba Corumbiara, no sul de Rondônia. Alguns pesquisadores acreditavam se tratar de índios dizimados por conflitos de terras com fazendeiros. O documentarista Vincent Carelli é coordenador da ONG Vídeo nas Aldeias em Olinda (Pernambuco), e trabalha com a formação de cineastas e produtores indígenas.

Filmes goianos – Os filmes Ressignificar, de Sara Vitória, e A próxima mordida, de Ângelo Lima, receberam, respectivamente, os troféus José Petrillo e João Bennio, no valor de R$ 40 mil cada. O documentário de Sara Vitória aborda as dificuldades de se conciliar preservação ambiental e desenvolvimento tecnológico, enquanto o filme de Ângelo Lima fala sobre as consequências da interferência humana no hábitat dos animais selvagens, ao nvestigar o ataque de tubarões a banhistas no litoral pernambucano.

Fórum ambiental – O principal destaque dessa edição do FICA foi a realização do Fórum Internacional de Meio Ambiente. O tema “Globalização e as crises sem fronteiras: em busca de novos paradigmas sociais, econômicos e ambientais” foi discutido durante três dias. Ambientalistas, pesquisadores e especialistas brasileiros e estrangeiros participaram dos debates. Entre os temas abordados, as mudanças climáticas, a exploração humana dos recursos naturais e o desmatamento dos principais ecossistemas do Brasil. Os debates foram mediados pelo pró-reitor de Extensão e Cultura da UFG, Anselmo Pessoa Neto. O fórum ambiental do XI FICA foi coordenado pelo professor Laerte Guimarães, do Instituto de Estudos Socioambientais (Iesa) da UFG. Para Laerte, a realização do fórum significou um avanço na discussão e na abrangência sobre o meio ambiente dentro da programação do festival.

Confira a lista oficial dos premiados no XI FICA:

Menção Honrosa (Sem premiação em dinheiro) – Melhor curta-metragem: C’Est Pas Grave (Não é Nada), de Yacine Sersar –  França.

Menção Honrosa (Sem premiação em dinheiro) – Melhor média-metragem: Bode Rei, Cabra Rainha, de Helena Tassara – Brasil/SP.

Menção Honrosa (Sem premiação em dinheiro) – Melhor média-metragem: Dying in Abundance (Morrendo em Abundância), de Yorgos Avgeropoulos – Grécia.

Troféu Imprensa (Sem premiação em dinheiro) – Cabe ao melhor filme, eleito pelos profissionais da imprensa que participam da cobertura do XI FICA – A Árvore da Música, de Otávio Juliano / Brasil – SP

Troféu Luiz Gonzaga Soares (Sem premiação em dinheiro) – Conferido pelo júri popular, contemplando o melhor filme na visão do público – Júri Popular: Kalunga, de Luíz Elias, Pedro Nabuco e Sylvestre Campe / Brasil – GO.

Troféu Carmo Bernardes – R$ 25 mil – Oferecido à melhor série televisiva: Pa Verdens Bund (Por Trás do Mundo), de Jakob Gottschu / Dinamarca.

Troféu Acari Passos – R$ 25 mil – Para o melhor curta-metragem: Mar de Dentro, de Paschoal Samora / Brasil – SP.

Troféu Jesco Von Putkamer – R$ 25 mil –  Para o melhor média-metragem: Arrakis, Andrea di Nardo / Itália.

Troféu Carmo Bernardes – R$ 35 mil –  Destinado ao melhor longa-metragem: A Sea Change (Mudança no Mar), de Barbara Ettinger / EUA.

Troféu José Petrillo – R$ 40 mil – Primeira melhor produção goiana: Ressignificar, de Sara Vitória / Brasil – GO.

Troféu João Bennio – R$ 40 mil – Segunda melhor produção goiana: A Próxima Mordida, Ângelo Lima / Brasil - GO

Troféu Cora Coralina – R$ 50 mil –  O grande prêmio do XI FICA, conferido ao maior destaque do Festival –  Corumbiara, de Vincent Carelli / Brasil – PE.

Foto: Carolina Soares