UFG e Secretaria Municipal de Cultura realizam Congresso Nacional Cidade e Sustentabilidade
Texto: Júlia Mariano
Fotos: Carlos Siqueira
Na abertura do evento, realizado no Centro Cultural UFG, a professora da Emac e secretária de cultura da prefeitura de Goiânia, Glacy Antunes de Oliveira, mencionou que Goiânia é uma cidade que já nasceu ecológica e com vocação sustentável. Ela mencionou que o evento era importante permitir discutir questões que servirão como subsídios importantes para a administração municipal trabalhar para a construção de uma cidade sustentável. A secretária de cultura enfatizou a importância do evento como um momento de troca de opiniões e como um momento de aprendizado.

O Secretário Municipal de Desenvolvimento Urbano Sustentável, Nelcivone Melo disse que Goiânia é uma cidade jovem e que é visitada por muitas pessoas interessadas em se transferir para a cidade. Ele mencionou ainda que a cidade é elogiada quando comparada a outras cidades do mundo. Ele mostrou-se confiante com as discussões que poderiam surgir durante o Congresso e nas propostas que poderiam levar a resultados práticos positivos.

Para o Prefeito Paulo Garcia o poder das manifestações que ocorreram em várias cidades do país emergem das cidades. Para ele, desejos e sonhos se afloram no espaço urbano, que quanto mais se adensa, mas melhora a qualidade de vida de seus habitantes: “quanto maior o espaço urbano, melhor a utilização adequada da cidade”. Ele elogiou o jornalista Gilberto Dimenstein, que logo em seguida fez a palestra de abertura do Congresso. Segundo o prefeito, Dimenstein “tem uma visão ampla de cidades sustentáveis que promovem a cidadania”. Para ele, o papel da plateia que participa do Congresso é fundamental para que as discussões sejam repassadas para a sociedade.

Gilberto Dimenstein
O jornalista Gilberto Dimenstein proferiu a palestra de abertura do evento: “A cidade que queremos”. Já de início ele enfatizou a importância das cidades dizendo que hoje “já vivemos a era dos impérios, mas hoje vivemos na era das cidades”. Para ele, grande prova dessa constatação são as grandes manifestações que ocorreram em inúmeras cidades do país no último mês. Para ele, com esses acontecimentos é possível perceber como a agenda local está tomando proporções nacionais. Contudo, segundo ele, mesmo os prefeitos sendo sujeitos importantes nessa nova era, para uma maioria, ser prefeito é como se fosse uma fase preparatória para se lançar na carreia política e depois de adquirir experiência, se lançarem a candidatos a cargos “mais importantes”.

Para Dimenstein, cabe ao prefeito ser um grande gestor para fazer com que a cidade articule os recursos disponíveis. Partindo de sua própria experiência como comunicador, o jornalista disse que um dos passos para se ter uma cidade sustentável é buscar solução na comunicação. Ele fez uma metáfora e disse que a primeira rede social que já existiu é a cidade, onde ruas são pontos de encontro entre as pessoas.

Ele deu exemplos de iniciativas propostas por ele e que deram certo em São Paulo. Uma delas é o “Bairro Escola”, na Vila Madalena, que através de uma rede criada para compartilhar conhecimentos, revitalizou e reutilizou uma escola que seria desativada, por meio de participação popular em extensão ao horário escolar. A escola acabou se transformando em uma das dez melhores escolas de São Paulo. Por meio dessa rede incubadora de talentos, também foi possível transformar becos em galerias de arte, criar uma Praça do Samba e pintar inúmeras paredes do bairro. As ações ajudaram a criar um senso de pertencimento da população ao bairro.
Outra iniciativa de sucesso proposta pelo jornalista Gilberto Dimenstein foi o Catraca Livre. O objetivo de Dimenstein era usar os meios de comunicação para criar uma ferramenta de comunicação que compartilhasse, em uma plataforma tudo o que São Paulo oferece de graça, criando um mapa de acessibilidade paulistano. Dessa ideia nasceu o site Catraca Livre. O sucesso do site é tão grande que no perfil de uma das redes sociais, o Catraca Livre já tem mais de dois milhões de seguidores.
Dimenstein terminou sua palestra se colocando à disposição para criar um “Catraca Livre” para Goiânia. Depois de sua fala, participaram do debate o jornalista João Unes e a procuradora do Estado de Goiás Valentina Jungman, mediados pelo pró-reitor de extensão e cultura da UFG, Anselmo Pessoa Neto.

Fonte: Ascom/UFG