Projeto da Escola de Agronomia marca apresentação do Câmpus Caldas Novas

Voltadas para a agricultura familiar, as ações têm como público-alvo a comunidade local

Luciana Santal

Nos dias 10 e 11 de dezembro, a região das águas quentes sediou as atividades de apresentação do Câmpus Caldas Novas, evento que faz parte da agenda comemorativa dos 60 anos da Universidade Federal de Goiás (UFG). No primeiro dia, a professora da Escola de Agronomia, Abadia dos Reis Nascimento, apresentou os resultados do “Projeto de Extensão Centro Vocacional Tecnológico (CVT) de tecnologias em processos agroecológicos para o manejo sustentável da agricultura familiar”, realizado em parceria com a professora Patrícia Guimarães Santos Melo, com o bolsista de pós-doutorado Roberto Gomes Vital e com dois bolsistas de Iniciação Científica, Juliana Nascimento Silva e Marcos Lopes Rodovalho. Já o dia de campo foi realizado em 11 de dezembro, oportunidade em que os presentes, além de verem os resultados da produção de baby life (folhas de mudas comestíveis), puderam participar de dois cursos de capacitação: “Produção de mudas de hortaliças” e “Conserva de pimentas”. 

Câmpus Caldas Novas

Com o objetivo de gerar e difundir tecnologias que garantam a produção agroecológica de grãos e hortaliças em comunidades de agricultura familiar, o projeto apresentado no evento é desenvolvido em duas unidades da universidade. Na Escola de Agronomia, foram realizadas pesquisas (diferentes coberturas de solo, sistema de previsão de doenças e enxertia), produção de mudas, produção de sementes de hortaliças, conservação das sementes em câmara fria e uma coleção de hortaliças não convencionais (Pancs), plantas aromáticas e medicinais.  As pesquisas realizadas na Escola de Agronomia nortearam a instalação de uma diversidade de plantas no Câmpus Caldas Novas, já que os melhores resultados de cada pesquisa foram transferidos para 1,2 hectares da Fazenda Bocaina, uma das três áreas que compõem essa unidade da UFG. 

Para a professora Reizinha, como é conhecida a docente Abadia dos Reis, foi muito gratificante realizar esse evento, que recebeu mais de 100 pessoas durante os dois dias. Ela explicou que esse projeto, financiado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação, foi contemplado para ser executado em duas unidades: Escola de Agronomia e Câmpus Caldas Novas. “Na Escola de Agronomia, foi onde a gente fez pesquisas aplicadas e os melhores resultados nós levamos para a Fazenda de Caldas Novas. E lá em Caldas Novas a gente focou mais em fazer testes de adaptabilidade de algumas variedades de culturas mais comuns como arroz, feijão, abóbora, hortaliças no geral, e também, como resultado, nós plantamos uma diversidade de espécies de pancs, aromáticas e medicinais. Entre as hortaliças convencionais, reunimos uma coleção de plantas de mais de 192 espécies, 70 destas eram só de pimentas”, pontuou.

De acordo com a pró-reitora de Extensão e Cultura, Lucilene Maria de Sousa, o Câmpus Caldas Novas tem sido idealizado desde a doação do terreno feita por Furnas à UFG. Graças à dedicação do grupo de trabalho formado por servidores e coordenado pela Pró reitoria de Extensão e Cultura (Proec), e também com apoio e liberdade oferecidos pelo reitor Edward Madureira e a vice-reitora Sandramara Chaves, foi possível se definir a natureza deste novo câmpus. Em setembro deste ano, o Consuni aprovou a Resolução Nº 24/2020, que dispõe sobre a criação, estrutura e funcionamento do Câmpus Caldas Novas.

Câmpus Caldas Novas

Ao representar o reitor nas atividades do dia 10 de dezembro, a pró-reitora conheceu os resultados do projeto da professora Reizinha e equipe. “Foi uma alegria ver, no campus, o movimento de estudantes, professores, Associação de agricultores familiares, empresas privadas, instituições de ensino superior (IES) locais e outros segmentos da sociedade. Estamos no rumo certo das definições e planejamento estratégico propostos para este campus, que será edificado pelas parcerias com os setores público e privado, com as IES que estão na região, para se criar e executar projetos e ações que atendam a demanda e necessidades locais”. Ela ainda salientou que, por se localizar em uma região turística, essa unidade da UFG deve promover a escuta e o diálogo permanentes para fortalecer e ocupar lacunas que se fizerem necessárias. 

O Comitê Gestor do Câmpus Caldas Novas foi empossado no dia 17 de agosto de 2020 e tem como diretor o professor da Universidade Federal de Catalão e assessor da reitoria, Manoel Rodrigues Chaves, e como vice-diretora, a professora Reizinha. Segundo o professor Manoel, o evento em Caldas Novas superou todas as expectativas do Comitê. Além de mostrar os resultados do projeto de extensão, o outro objetivo das atividades realizadas na Câmpus Caldas Novas era o de apresentar às autoridades, aos demais pesquisadores da área e também à toda região, o portfólio de atividades que o Comitê Gestor planeja para o campus, não só o que já foi feito nesse ano, desde a Resolução do Consuni, mas também o que se pretende fazer nos próximos anos. 

Câmpus Caldas Novas

“Foi extremamente importante a recepção que nós tivemos, de várias instituições públicas e privadas, que estiveram ali, interessadas em desenvolver parcerias com a universidade e o campus a partir do ano que vem. Agora, nós estamos processando todos esses contatos e vamos reiniciá-los no ano que vem, estabelecendo não só as relações formais dos termos de cooperação, dos termos de parceria e convênios, mas também tratando das relações institucionais a partir dessas visitas”. O Comitê Gestor anuncia que, com o resultado positivo do evento, já estão sendo preparados  seminários e dias de campo, para que pesquisadores possam levar resultados de pesquisas e outros projetos para a região com a intenção de reforçar a vocação regional do campus e a sua base de sustentação, que é a pesquisa e a extensão. 

Câmpus Caldas Novas

Fonte: Secom UFG

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