Evento destaca trabalho de professoras cientistas da UFG
Live é parte da campanha #empoderaela, uma parceria da UFG com o shopping Passeio das Águas
Kharen stecca
O dia 8 de março é um momento para refletir sobre a luta por igualdade e diversidade de gênero. Uma live conjunta entre Universidade Federal de Goiás e Passeio das Águas dentro da campanha #empoderaela destacou o empoderamento feminino como forma de fortalecer as mulheres e criar uma rede de apoio, empatia e sororidade mostrando depoimentos de diversas mulheres cientistas. O evento mostrou desafios, conquistas e histórias de mulheres que atuam na área da ciência e saúde. Mediada pela jornalista Kamyla Maia, participaram da live as professoras do Instituto de Química da UFG, Gabriela Duarte e Anna Benite, Claci Rosso, da Faculdade de Enfermagem, a professora Estela Leal da Faculdade de Ciência e Tecnologia e a vice-reitora da UFG, Sandramara Chaves.
Gabriela Duarte contou que seu grupo de pesquisa majoritariamente feminino foram muito corajosos no trabalho com o teste da Covid-19. O grupo desenvolveu um teste rápido com a técnica RT-Lamp para auxiliar no diagnóstico da doença. Ela e os demais pesquisadores foram a campo para fazer coletas de exames. “Essa pandemia mostrou o quanto somos fortes e essa é uma pesquisa liderada por mulheres”, ressaltou. Ela explica que já está sendo entregue à sociedade o trabalho com o teste rápido de Covid-19 desenvolvido pelo seu grupo. A professora também destacou que as mulheres precisam ser incentivadas desde à base, desde o ensino fundamental e na universidade também precisam ser estimuladas: “Muitas vezes o fato de ser mulher faz com que tenhamos que provar nossa competência”.
Anna Benite destacou que a participação da mulher ainda é muito tímida mas vem crescendo e que quando fazemos um recorte de raça a ascensão feminina fica ainda mais comprometida. Ela explicou que há vários motivos. Por exemplo, só a partir de 2017 estudantes da pós-graduação tiveram direito à licença-maternidade e as estudantes da graduação não têm ainda esse direito. Nesse cenário a professora explicou sobre seus projetos como o Investiga, Menina!, que incentiva estudantes negras a escolherem carreiras nas Ciências Exatas. “Somos maioria nas profissões que lidam com a manutenção da vida, Por outro lado, não chegamos no topo da carreira científica”, afirma a professora.
Estela Leal destacou que tem aumentado o número de estudantes em áreas de exatas, mas ainda longe da equidade. Ela acredita que essa mudança precisa começar no ensino fundamental e por isso criou o projeto Meninas na Ciência que foi aprovado pelo CNPq e trabalhou com 5 escolas públicas com atividades para incentivar a participação feminina. A professora contou sobre estudantes que participaram do projeto e agora cursam graduações na área de exatas.
Claci Rosso acredita que começamos a aumentar a concentração de mulheres na pesquisa, com mulheres sendo protagonistas de grandes projetos, mas “que ainda existem lutas e conquistas que não podemos negligenciar, precisamos cada vez mais ocupar espaços”. Para ela, “8 de março é um dia de reflexão sobre o nosso papel”. A professora contou um pouco da trajetória dos projetos realizados no ano de 2020 como o projeto Tenda Covid e o projeto Tendinha que testou crianças filhas de trabalhadores de segurança pública, além do projeto EPI que confeccionou máscaras para os trabalhadores e também para doação à população.
Sandramara Chaves destacou alguns dados sobre a participação feminina, como por exemplo que a produção acadêmica das mulheres caiu 40% durante a pandemia, reflexo dos diversos papeis que as mulheres acumularam durante esse período. Para ela é importante “reconhecer o papel das mulheres e lutar por ambientes em que as mulheres sejam respeitadas em suas escolhas e atividades que desenvolvem”, afirmou. Ela afirmou que apesar de termos melhorado a participação feminina em diversos espaços, ainda há muito o que conquistar.
Fonte: Secom UFG