UFG e Funai discutem abertura de convênio com ações para preservação cultural de povos indígenas

Iniciativa propõe a realização de atividades de pesquisa e extensão

Texto: Serena Veloso

Foto: Adriana Silva

O vice-reitor da UFG, Manoel Rodrigues Chaves, se reuniu na manhã desta segunda-feira, 28 de julho, com representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai) para discussão da possibilidade de assinatura de um convênio entre as instituições para viabilizar atividades de pesquisa e extensão com as comunidades indígenas dos Avá-Canoeiros. O projeto será intermediado pelo Instituto de Estudos Socioambientais (Iesa) e a gestão dos recursos ficará a cargo da Fundação de Apoio à Pesquisa (Funape) da UFG.

A iniciativa surgiu do interesse da Funai em buscar parcerias para beneficiar as populações indígenas com a utilização de recursos adquiridos em um convênio com a empresa Furnas Centrais Elétricas, devido à inundação da represa Serra da Mesa, que atingiu o território de grupos que habitavam a região. Também em conversas prévias realizadas entre Iesa e Funai, foi solicitado o ingresso em terra indígena de pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Geografia da UFG para o desenvolvimento de atividades de pesquisa, com a colaboração da fundação, que possam contribuir na resistência dos Avá-Canoeiros, atualmente reduzidos em número populacional, devido aos processos históricos de colonização, violência e transferência de território que agravaram sua situação nos últimos anos.

Segundo o professor Eguimar Felício Chaveiro, que coordenará o projeto, a atuação será realizada em duas frentes de trabalho, a partir dos programas já desenvolvidos pela Funai no convênio com Furnas: o de Meio Ambiente e Etnodesenvolvimento e o de Educação e Memória, alguns dos pontos mais preocupantes relacionados à comunidade.

 

Convênio com Funai

Convênio propõe também ações de assistência à saúde dos indígenas das comunidades Avá-Canoeiros

“A Funai está extremamente aberta para trabalhar com parcerias em prol desses povos”, destacou a antropóloga da Coordenação Geral de Índios Isolados e Recém-Contatados da Funai, Leila Solto-Maior, também presente na reunião. Ela explicou que os Avá-Canoeiros vivem uma situação delicada, já que estão divididos em dois grupos nos Estados de Goiás e Tocantins: um incorporado à etnia dos Javaés, no Parque do Araguaia, ainda em processo de conquista do seu próprio território, e outro de oito pessoas, localizado em Minaçu.

Na ocasião, também foi proposta uma cooperação mais ampla entre UFG e Funai para desenvolver planos de trabalho mais específicos para atuação nas comunidades, abrangendo as mais diversas áreas, entre elas a de Saúde, uma das grandes necessidades. “A intenção das atividades é melhorar a qualidade de vida, pensando as restrições desses grupos”, apontou Lorranne Gomes da Silva, doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Geografia, que trabalha com os Avá-Canoeiros desde 2008.

Também estiveram presentes na reunião, representando a Funai, o chefe de serviço da Coordenação Geral de Licenciamento Ambiental, Aloisio Caetano Machado, e a assessora da Presidência da Funai, Sorahia Segall, e ainda o chefe de gabinete da Reitoria da UFG, João Teodoro de Pádua, o assessor da Reitoria, Eriberto Belivacqua, e o professor do IFG, Benjamim Pereira Vilela.

 

Fonte: Ascom UFG