Especialistas discutem o agronegócio em Goiás

Texto: Camila Godoy

O agronegócio no Estado de Goiás foi tema de uma mesa-redonda na tarde desta segunda-feira, 29/07, no Centro de Cultura e Eventos Professor Ricardo Freua Bufáiçal, da Universidade Federal de Goiás (UFG). O debate aconteceu durante o 52° Congresso da Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural (Sober) e reuniu três especialistas.

Na ocasião, o professor da Universidade de São Paulo (USP), Marcos Favas Neves, trouxe dados sobre a economia de Goiás e fez projeções para as próximas décadas. De acordo com ele, apesar da economia brasileira estar em recessão, o agronegócio ainda cresce: “Graças à diversificação de produtos e compradores, o agronegócio tem boas perspectivas, principalmente em Goiás”.

Marcos Favas Neves também apresentou o que para ele são os dois principais desafios do agronegócio goiano: diferenciar custos e trabalhar em conjunto. “O investimento nesses dois pontos são as principais estratégias para atender aos mercados em expansão, como os países africanos e do Oriente Médio”, completou.

Outros pontos estratégicos também foram apresentados pelo pesquisador em Economia do Instituto Mauro Borges (IMB), Luiz Batista Alves. Ele falou sobre as principais políticas de incentivos fiscais dos governos ao longo do tempo: “Os incentivos estão dentro da função estabilizadora do Estado, fundamentais para a economia, inclusive para o agronegócio.”

Finalizando o ciclo de apresentações, o pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Alcido Elenor Wander, discutiu fatores da competitividade na perspectiva do agronegócio. Diversos pontos foram levantados pelo pesquisador, como sustentabilidade e indicadores geográficos. No entanto, Alcido Elenor Wander destacou a infraestrutura e a mão de obra: “Nunca foi tão difícil encontrar mão de obra qualificada e acessível na agropecuária. Acredito que esse é nosso principal desafio”.

Ao final, pesquisadores, cientistas sociais, professores e estudantes que participaram do evento estenderam a discussão, apresentando questionamentos e pontos de vista. O estudante Kaique Dias, do Instituto Federal Goiano (IF Goiano), aproveitou a oportunidade para colher dados e se atualizar no assunto: “Estudo agronegócio e nunca tinha tido a oportunidade de ouvir tantos especialistas sobre o assunto. Com informações atuais, essa mesa-redonda foi muito proveitosa e animadora.”

Sober

Neste ano, o tema do 52° Congresso da Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural (Sober) é Heterogeneidade e suas Implicações no Rural Brasileiro. O evento tem 1.200 congressistas, apresentações de trabalhos e resultados de estudos e pesquisas nas áreas de Economia, Administração e Sociologia Rural.