Seminário debate práticas de conhecimento em escolas indígenas

O primeiro seminário “Outras práticas de conhecimento” busca colocar em diálogo experiências pedagógicas musicais concretas das escolas indígenas dos povos Krahô e Apinajé, do Estado de Tocantins, e possibilitar o encontro de pesquisadores/as para refletir sobre as possibilidades da música no processo de ensino-aprendizagem.

A música é, muitas vezes, silenciada nos circuitos de pesquisa científica e tida, equivocadamente, como metodologia de ensino auxiliar. Uma abordagem contextualizada dos usos que a música traz consigo para os povos indígenas é bastante significativa e necessária. A presença ou a ausência dela, a maneira como executá-la, quem detém o saber para fazê-lo diz muito sobre a história, a cosmologia, a territorialidade e a criatividade desses povos.

O Seminário trata, sobretudo, de abrir caminhos para outras possibilidades de pesquisa e de trocas sobre políticas e metodologias de ensino a partir da música. A questão que nos ronda nesse encontro é reconhecer os povos indígenas como sujeitos do seu conhecimento, a música como importante estratégia para desconstrução da colonialidade do pensamento e não apenas como predicado. Por isso, é preciso atentar-se para quais são as travessias, significações e aplicabilidade da música indígena no contexto escolar?

Esse evento propicia uma troca de experiências entre professores e pesquisadores da temática musical. Os professores e pesquisadores indígenas Júlio Kamer Apinajé, Gregório Huhte Krahô, Ovídio Kunry Krahô compartilham conosco suas experiências e reflexões sobre a musicalidade no contexto de seus povos. O evento conta ainda com a participação da etnomusicóloca e musicista Magda Pucci, que ministrará uma oficina sobre cantos da floresta. E a pesquisadora e musicista Verônica Aldé (PPGAS/UFG), realiza uma roda de conversas sobre como acionar a sensibilidade musical no contexto científico, que valoriza a expressão verbal e escrita como modo de registro.

Confira a programação: